Sabia como Amanhecer foi parar no Rio - Entrevista com Sérgio Sá Leitão


Com as filmagens de “Velozes e Furiosos 5″, que acontecem neste instante no Rio, e da chegada de Robert Pattinson e Kristen Stewart para cenas românticas de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer”, a Cidade Maravilhosa virou um grande cenário hollywoodiano. Até parece a era de ouro do cinema, nos anos 40, quando Walt Disney e Orson Welles vieram filmar no Brasil.
Para comentar esses novos tempos, Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme, atendeu a Pipoca Moderna numa rápida entrevista por email. Confira a troca de perguntas e respostas:


Robert Pattinson e Kristen Stewart estão chegando mesmo amanhã no Rio? Qual será o cronograma de filmagens de “Amanhecer”?

Não posso me pronunciar a respeito de datas e locais. O sigilo é parte fundamental do acordo que viabilizou a filmagem de “Amanhecer” no Rio. Apenas confirmo que, salvo algum problema de última hora, está tudo certo. “Amanhecer” terá cenas filmadas no Rio em novembro. Isso representa um investimento de US$ 2 milhões na cidade.



Como foi todo o processo de negociações com a produção de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer” e o que fez com que eles perdessem o medo da violência do Rio, que era o motivo alegado para não filmarem na cidade?

A conversa começou no American Film Market de 2009 e prosseguiu em 2010. A Paris Filmes foi importante. A segurança era apenas um dos pontos em discussão. O fator decisivo foi o apoio da Prefeitura e do Governo do Estado, por meio da Rio Film Commission, da RioFilme e da Secretaria de Estado de Cultura.


Apesar de passado no Rio, “Velozes e Furiosos 5″ estava sendo rodado em Porto Rico e até recentemente a produção não tinha demonstrado interesse em filmar no Brasil. O que os levou a mudar de idéia e como foi o contato com a RioFilme? E quando começam as filmagens?

A filmagem de “Velozes e Furiosos 5″ está acontecendo neste momento. A conversa também começou no American Film Market de 2009. Em nome do realismo, os produtores acabaram optando por filmar no Rio. Os fatores decisivos também foram o apoio governamental e o empenho da Rio Film Commission.


Desde que James Bond se pendurou no bondinho do Pão de Açúcar, não se via o Rio tão cotado para filmes internacionais. O que trouxe de volta esse interesse de Hollywood e como o cinema entrou na pauta turística do Rio? 

É uma combinação de fatores. Vai do prestígio do presidente Lula até a Olimpíada e a Copa do Mundo, passando pela criação da Rio Film Commission, em setembro de 2009, e o esforço que temos feito para promover o Rio em eventos internacionais de cinema. O fato de termos produtoras locais do porte da Total ou da Conspiração também pesa.


Essas filmagens de blockbusters no Rio, especialmente “Amanhecer”, que é um filme romântico, podem ser encaradas como uma forma de mostrar um outro lado da cidade, em contraste à temática de crime do atual cinema brasileiro – o Rio violento de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”? 

Receber produções internacionais de peso na cidade é importante basicamente por dois fatores: atração de investimentos para a indústria audiovisual carioca (e outros setores); e promoção global do Rio. Isso só é possível porque há profissionais e infraestrutura com padrão global aqui. E temos tais ativos porque há uma forte produção local.


Sylvester Stallone reclamou da segurança durante as filmagens de “Os Mercenários”. Sua produção teve equipamentos furtados durante filmagens no estado. E após sua visita a São Paulo, para divulgar o filme “Lua Nova”, o Taylor Lautner considerou as fãs brasileiras da “Saga Crepúsculo” as mais histéricas do mundo. Haverá algum reforço na segurança dos astros que estão chegando, seja em relação a fãs ou a problemas como os enfrentados pela equipe de Stallone, numa parceria com o governo estadual? Existe um planejamento estratégico ou a segurança, inclusive durante as filmagens, será totalmente privada?

Desconheço os problemas de segurança enfrentados pela produção de “Os Mercenários”. Mas posso dizer que, nos casos de “Velozes e Furiosos 5″ e “Amanhecer”, o planejamento é profissional e envolve tanto segurança privada quanto o apoio da Prefeitura e do Governo do Estado. Todas as providências foram tomadas para que não haja problemas.


Você não receia a possibilidade de um marketing reverso, como aconteceu com as piadas de Stallone na Comic-Con, falando mal do Brasil?

Acho que a controvérsia em relação às declarações de Stallone foram, no fim das contas, positivas para o país. Mas não importa. Do ponto de vista do investimento, o importante é o quanto entra aqui. E quantos empregos gera. Do ponto de vista da promoção, como a cidade é mostrada. Nos casos atuais, o Rio será retratado de forma positiva.


fonte:pipocamoderna

0 comentários:

Postar um comentário