Supervisora musical de programas de TV como Gossip Girl, Grey's Anatomy e Mad Men – juntamente com a série de filmes Crepúsculo – Alexandra Patsavas se tornou uma das mais influentes figuras na indústria, ajudando a divulgar novas bandas e moldando a estética de dramas de sucesso.Com a trilha sonora de Lua Nova como álbum nº 1 do país, Patsava falou com a SPIN.com sobre como o projeto aconteceu, o que faz uma boa trilha sonora atualmente, e em que bandas devemos prestar atenção.
Como você faz com algo como Lua Nova, que mistura canções originais de tantos artísticas que não aparecem normalmente em projetos tão ambiciosos?
O trabalho começa logo quando o roteiro é finalizado e distribuído. Chris Weitz, o diretor, tem um ponto de vista bem específico sobre como ele quer que a música aconteça. Tem muita separação e sofrimento no filme; as bandas, letras, sonoridades e arranjos tinham que entender e refletir isso. Alguns caras, como Lykke li, The Killers, Grizzly Bear, Ok Go e Anya Marina, vieram ao estúdio de edição e sentaram com Chris Weitz para ver o filme e conversar sobre como poderiam contribuir. Outras faixas foram aprovadas ainda com o filme em mente. Eu acho que é muito difícil ter sucesso sem nenhum contexto.
Muitas pessoas ficaram surpresas com a inclusão de uma música de Tom Yorke. Como isso aconteceu?
Uma música do Radiohead (“15 Step”) tocou nos créditos finais de Crepúsculo, então nós já tínhamos uma relação. Eu acredito que essa é a primeira trilha sonora em que ele está incluso em um longo período, então isso é muito entusiasmante. Muitas bandas estavam interessadas em submeter ótimos materiais, o que ajuda muito.
Realmente as músicas parecem com as que os próprios personagens ouviriam, o que certamente não acontece em todas as trilhas sonoras.
Eu acho que a música tem que ser inspirada pela vida dos personagens, mas ela não é só usada em sua versão original – é usada também como fundo musical. Chris usou a faixa de Bom Iver/St. Vicent (Rosyln) e a faixa de Thom Yorke (Hearimg Damage) em partes que normalmente iriam usar a trilha instrumental. Eu cresci em Chicago nos anos 70 e 80, então os filme de John Hughes são muito importantes para mim. Ele criou um mundo mas também, de forma inteligente, apresentou crianças especiais à crianças não especiais.
Quais são os suas partes de filmes ou de programas de TV preferidos relacionados à músicas?
Para te dar um exemplo de John Hughes, o fim de “Curtindo a Vida Adoidado” (Oh Yeah” de Yello) – genial. Hughes me ajudou a ser aventureira. A cena final de “A Sete Palmos” ("Breathe Me” de Sia), certamente – foi um momento pivotal e meus colegas Gary Calamar e Thomas Golubix fizem um trabalho incrível com aquele show. Eu amei o piloto de Gossip Girl, tinha uma ótima mistura de bandas de pop e rock de Nova York. Eu realmente fiquei orgulhosa do “ao vivo”.
Ao vivo?
Em Gossip Girl, os primeiros episódios incluíram quatro performances “ao vivo”: Sonic Youth “re-regravando” “Starpower” para uma cena de casamento, e Thurston Moore e Jemina Pearl tocaram “Sheena Is a Punk Rocker” dos Ramones. Esse tipo de coisa é muito gratificante. Lady Gaga vai aparecer com uma música nova na série.
É algo difícil achar a maneira certa de incorporar performances como essas em programas de TV?
Esse é o trabalho do produtor – quando está no roteiro, nós recebemos uma ligação e começamos a trabalhar nisso. Nós não criamos a história.
Que bandas você anda escutando ultimamente?
Eu gosto de Air, David Guetta, Magic Bullets, Florence and the Machines, Fanfarlo, the Middle East.
É difícil para você separar as bandas que você simplesmente gosta de escutar daquelas que você acha que pode trabalhar com elas em cenas especificas em um dos seus projetos?
Sim, definitivamente. Eu escuto músicas de duas formas: Como um indivíduo, você tem uma resposta pessoal, instintiva e emocional. Mas como uma supervisora musical , você tem uma resposta secundária, que é ,”Isso vai ficar bom atrás de um diálogo?” “As pessoas podem morrer ao som disso?” “As pessoas se beijam ao som disso?”
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