Entrevista do Rob para a Time

Como que de uma hora pra outra, Robert Pattinson foi de sua interpretação como a vítima de Voldemort em Harry Potter e o cálice de fogo ao imortal do casal das telas mais quente de todos os tempos. Ele conversou com a TIME sobre como conquistou o papel do vampiro byroniano de Crepúsculo, Edward Cullen, como é ser a paixão de uma geração e como andar sem ser perturbado nas ruas de Vancouver.

Você entrou para um excitante filme de vampiros e ele se tornou o que é hoje. Você sabia no que estava se metendo quando assinou?

Não fazia a menor idéia de que seria assim. Não fazia mesmo até.... Acho que ainda não sei. O momento que eu realmente idealizei isso foi quando estávamos filmando na Itália e vi a reação emocional – não era apenas gritaria. As pessoas estavam tão concentradas ouvindo e assistindo. Depois de cada tomada havia aplausos educados. E não histeria. Era literalmente uma devoção aos personagens. Foi incrível. Não senti isso em nenhuma outra situação.

Escalar Edward era crucial para a franquia. O que a Catherine Hardwicke viu em você?

Não sei. Eu fiquei um pouco intimidado com a Kristen [Stewart] na minha audição. Então interpretei o papel como um cara que estava lutando bastante contra si mesmo sobre tudo. Acho que ninguém fez isso dessa forma. Acho que se concentraram no aspecto da confiança. Se você ler o livro, saberá que ele é o homem perfeito, o homem ideal. Se você é um cara, você tem certos ideais do que acha que é atrativo. E foi por isso que não fui por esse caminho, porque pensei que iria acabar sendo um idiota na audição. Estaria posando. Acho que tentei ignorar todos os aspectos do herói seguro da história. E interpretei o extremo oposto. Não terminei sendo isso no filme.

Se eles tivessem escalado outra pessoa qualquer para o Edward, a franquia teria sido tão bem sucedida como é hoje?

Eu honestamente não sei. Não importa o quão famoso eu era individualmente, isso sempre será atenuado – ou mesmo ultrapassado – pela fama de Edward Cullen. Isso significou alguma coisa. Eu não me importo com isso. É apenas como a coisa é.

Porque a América e o mundo são tão obcecados com a franquia?

Eu acabei de voltar do Japão, mas quando fui lá pela primeira vez em Fevereiro, as pessoas que iam aos eventos de fãs lá eram, em sua maioria, as que freqüentavam escolas americanas. Dessa vez, foi uma audiência inteiramente japonesa. Ninguém, de fato, falava inglês, mas eles reagiram da mesma forma que todos ao redor do mundo. Até o distribuidor estava dizendo que a audiência Japonesa não reage dessa forma. E estavam aturdidos com a coisa toda.
Deve ter essa coisa estranha e primária nas pessoas que fazem elas reagirem assim. Existem tantas histórias de amor publicadas. Tantas histórias de vampiros publicadas. Mesmo as histórias de vampiros que estão saindo agora, têm a mesma linha de enredo. E não provocam a mesma reação. Acho que tem a ver com ser parte de um clube. As pessoas costumavam dizer que esse era um prazer pecaminoso. Mas não que seja isso mais. Acho que as pessoas apreciam genuinamente fazerem parte de algo.

Como isso pode continuar estando nesse nível?

Não faço idéia. Acho que isso meio que se alimenta com a aparência das coisas. Parece que começou do início desse ano até agora. Estava conversando com o dono do estúdio que disse que eles são responsáveis apenas por 25% da campanha de Lua Nova. E o controle do filme é ridículo. Até para celebridades casuais é perguntado, O que você acha de Crepúsculo? Isso é insano. Lembro de dizer no Comic-Con do ano passado que não sabia onde poderíamos chegar a partir dali. Eu não sabia quão maior isso poderia ficar. Acho que agora o filme está levando os caras ao cinema. O público masculino era o único lugar que restava para ser atingido.

Sim, os homens são o mercado crescente de Crepúsculo. Eles fizeram os filmes bem rapidamente por diversas razões – o momento é um, mas também porque vampiros não envelhecem. Isso te pressiona a, bom, parecer o mesmo?

Não penso muito nisso. Acho que definitivamente pareço mais velho nesse. Mas depois pareço mais novo no terceiro, o que é simplesmente estranho.

Toda uma geração vai lembrar de você como Edward. Você é a paixão dessa geração. É duro conviver com isso ou difícil de aceitar?

Não há como conviver com isso. Acho que o maior temor é apenas lutar duramente contra isso. A maioria das pessoas acaba com sua reputação nesta situação quando tentam lutar, lutar e lutar: não sou esse tipo de pessoa, blá, blá, blá. Mesmo se um monte de pessoas enxergarem a mim e a franquia dessa forma, eu nunca enxergarei, em nenhum ponto. Mas não sinto a necessidade de lutar contra isso. Nunca tentei atrair audiência alguma. Tentei fazer os filmes da forma mais inteligente e rica que pude. E tentei fazê-los o melhor que podem ser. Nunca pensei nisso de outra forma. Então espero que isso valha a pena.

Muitas celebridades usam disfarces para escapar de suas bolhas. Qual foi o seu pior?

Em Vancouver, quando estávamos filmando Lua Nova, eu tentei uma coisa. Eles pensam que ninguém lá usa capuz, com exceção das pessoas com problemas. É a única cidade no mundo onde capuz não é moda. É como se, ao usar capuz, você fosse atacar as pessoas. É um disfarce enfadonho, mas funcionou quando usei. Então meio que pude cuspir no chão um pouco e dar uma rebolada enquanto andava. Todos mudavam para o outro lado da rua.

Você consegue sair dessa bolha?

Consigo. A única dificuldade é quando há muitas pessoas do lado de fora das saídas de onde você está indo. Você será seguido. A perseguição que é a pior parte. Se fosse só conseguir uma foto tirada na saída, estaria tudo bem. Mas é a perseguição que tira sua liberdade.


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