"Crepúsculo" não deve superar sucesso de "Harry Potter"


Livro de Stephenie Meyer não ameaçará reinado de JK Rowling na literatura teen

A série de quatro histórias sobre a jovem Bella Swan e o vampiro Edward começa a emplacar no Brasil como um best-seller. O primeiro volume já vendeu cerca de 80 mil exemplares e "Lua Nova", segunda parte que chegou às livrarias no último dia 27, tem uma tiragem inicial de 100 mil exemplares. No mundo inteiro já foram 15 milhões de livros. Sem dúvida uma história de sucesso.

No entanto, Stephenie está longe de ser a responsável por uma marca com valor de quatro bilhões de dólares como é Harry Potter. A série sobre o bruxinho emplacou, desde o primeiro volume, mais de 350 milhões de cópias comercializadas.

Os motivos para tal discrepância são dois: marketing e narrativa. Harry Potter não só foi um fenômeno literário dos últimos 10 anos, como também um exemplo de como o marketing pode ajudar a construir uma marca.

Os livros de JK tinham lançamentos mundiais sincronizados e grandes festas de lançamento, que levavam centenas de jovens às livrarias. Franquias de absolutamente qualquer tipo de bugiganga: meias, jogos, camisetas, pratinhos de aniversário e, é claro, os filmes da Warner Bros. Assim, o nome Harry Potter pairava no ar mesmo quando não havia novos livros sendo lançados, criando um clima de ansiedade pelo fim da história que favorecia o consumo dos livros.

"Crepúsculo", por outro lado, chegou ao Brasil timidamente e já com toda a saga escrita em inglês. O leitor mais ansioso pode comprar os livros importados e saber o fim da história. Não há atmosfera de curiosidade pelo fim que impulsione o consumo e nem uma gama de outros produtos associados à marca. O filme que será lançado em dezembro, provavelmente, impulsionará a venda, mas ainda será pouco para ameaçar Harry Potter.

Narrativa
"Crepúsculo" tem menos capacidade de diálogo com os leitores do que Harry Potter. A história de amor entre Bella e Edward atinge, sobretudo, um público feminino, enquanto Harry Potter é de cunho mais universal.

O narrador de "Crepúsculo" é Bella, ou seja, em primeira pessoa. Portanto, os temas que serão destacados e maneira de observação serão o de uma menina de 17 anos. O amor, o sorriso de lado e o olhar são situações que não atraem os garotos, que em uma história de vampiros espera ver sangue, lutas e, de grosso modo, um pouco menos de "melação".

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