A Summit quer expandir e aumentar o número de filmes produzidos.



O estúdio espera arrecadar com os fenômenos teen vampirescos da série de “Crepúsculo” e evitar o término de outros astros da mídia


Não demorou muito para o mais novo Estúdio de Cinema de Hollywood, Summit Entertainment, ter que tomar uma importante decisão.

A compania de 2 anos e meio, líder no mercado devido ao fenômeno teen vampiresco “Crepúsculo,” tem esperanças em elevar esse sucesso e evitar o término prematuro que tem perseguido muitos mini Estúdios.

Enquanto a pressão do mercado tem forçado os rivais a recuar e reduzir o número de filmes que eles fazem, Summit quer ir por outro caminho: expandir e aumentar o número de filmes produzidos.

Iniciar projetos está difícil até em temos de abundância. Mas os planos da Summit são uma perigosa juntura dos grandões de Hollywood, agitados pelo declínio das vendas de DVD que tem cortado os lucros dos filmes e mudanças monumentais da tecnologia que estão remodelando a forma das pessoas assistirem TV. Outras empresas independentes, como a MGM e Weinstein Co., estão lutando para se manter no mercado, enquanto vários outros estúdios responsáveis por filmes de sucesso fecharam.

“É difícil para todos da indústria da mídia”, disse Dave Sanderson, o cabeça da firma de consultoria Bain & Co, empresa de mídia global. “O negócio de filmes tem sido atingido por forças cíclicas e seculares, que fizeram o ambiente bem difícil”.

Possibilidades tão pouco positivas não detiveram a Summit, a qual recentemente contratou o banco Morgan Stanley para explorar possibilidades de fusão e crescimento, incluindo aquisições de pequenas firmas de entretenimento e livrarias, com o intuito de aumentar os seus negócios para o próximo nível.

Summit aprendeu rápido que se manter sozinho em lançamentos de filmes individuais pode ser uma difícil tarefa, especialmente para companhias que não têm grandes bibliotecas para gerar renovações graduais o que ajuda nas despesas e custos de produção. Isso precisa mudar, os líderes da Summit aconselham.

Nós pensamos que a diversificação direcionada para o caminho certo nos oferece mais consistência em nosso fluxo de caixa, o que vai ajudar na performance de variação dos filmes”, disse o chefe executivo Rob Friedman, o qual dirige a Summit com Patrick Wachsberger. A base do estúdio em Santa Mônica emprega 150 pessoas e lança até 10 filmes por ano com orçamentos que variam entre $20 milhões até $70 milhões.

“Nós acreditamos que agora é a hora de tentar construir um fluxo de renovação para a fundação da companhia como um todo”, Friedman adicionou. A prioridade: expandir para a produção televisiva.

Os proprietários não são a única opção. Os de dentro da indústria acreditam que o cenário cabível atual é que a Summit poderia se fundir ou ser vendida para outra companhia de mídia, tal como Lions Gate Entertainment Corp., o estúdio por trás dos filmes “Jogos Mortais” e da série de TV “Mad Men”. No último outono, enquanto os comentários eram sobre “Crepúsculo” antes do seu lançamento, Lions Gate tentou comprar a Summit, mas as negociações não se concretizaram em razão da discordância do valor.

De fato, agora seria um momento oportuno para se fazer algum negócio: a seqüência de “A Saga de Crepúsculo: Lua Nova” estréia em 20 de novembro, e muitos esperam que ultrapasse os $383.5 milhões que o primeiro filme teve em vendas de ingresso por todo o mundo, dando uma turbinada na Summit.
Em um negócio que se tornou obcecado por marcas, a franquia Crepúsculo, da Summit, baseado nos romances campeões de venda de Stephenie Meyers sobre o amor vampiresco, representa a mais nova mina de ouro de Hollywood.

Deixando de lado a venda de ingressos, “Crepúsculo” foi o campeão de vendas em DVD e gerou muitos milhões a mais em mercadorias, trilha sonora e vendas para TV. Summit já filmou o terceiro filme, “A Saga de Crepúsculo: Eclipse”, agendado para estrear em 30 de junho do próximo ano, e planos para fazer um, possivelmente dois, filmes do quarto livro de Meyer, “Amanhecer”.

A popularidade de “Crepúsculo” mostra que o sucesso da Summit tem sido centrado em uma única propriedade. Fora o assustador “Presságio” (Knowing) e o aclamado filme de aquisição de baixo custo sobre a guerra do Iraque, “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker), a Summit tem tido mais erros que acertos.

Friedman e Wachsberger dispensam a crítica de que a Summit é monotemática. O estúdio está analisando outras franquias potenciais, incluindo uma adaptação para filme da série “Red”, da DC Comics, estrelando Bruce Willis e Morgan Freeman, e “reimaginando” o cult clássico dos anos 80, “Highlander”, do diretor Justin Lin e do produtor Neal Moritz.

Os sócios dizem que até 2011 eles querem aumentar a produção da Summit para 12 filmes por ano.

Embora “Crepúsculo” seja o carro-chefe, a bomba financeira de Summit são as operações de vendas internacionais da companhia, a qual vende os direitos de filmes de Hollywood para distribuidoras de outros países e ajuda a bancar a produção de tais filmes.

“Mais de 60% de nosso orçamento é coberto por pré-vendas para o exterior”, disse Wachsberger, cuja experiência em vendas internacionais abasteceu o crescimento da companhia de mesmo nome que precedeu a Summit e que começou em 1990.

Friedman, de 59 anos, e Wachsberger, de 58, são, em alguns aspectos, estranhos parceiros de negócios, um contraste de pontos de vista e estilo.

Nascido em Paris, Wachsberger veio de um sangue nobre da indústria do entretenimento – o pai dele Nat Wachsberger, foi um produtor de filme.

Friedman, filho de um veterinário, cresceu em San Fernando Valley, largou o colégio e começou a trabalhar na Warner Bros. como entregador de correspondência aos 20 anos.

Os dois, que se conhecem desde os anos 80, decidiram formar um time depois de perceberem que as suas áreas de conhecimento combinavam. Friedman, o qual estava começando uma empresa doméstica de distribuição, procurou, em 2006, pelos conselhos de Wachsberger sobre como lidar com vendas internacionais. Wachsberger, enquanto isso, estava cansado de procurar por uma empresa doméstica de distribuição cada vez que a Summit produzia um filme.

Em 2007, eles relançaram a Summit como um estúdio completo com compatibilidade para distribuição para todo o mundo – em um ambiente muito diferente do de hoje. O crédito e o mercado de capitais era fértil, possibilitando a eles levantar uma quantia próxima de $1 bilhão em financiamento através de Merrill Lynch e um consórcio de banqueiros abastados, incluindo a Participant Media do ex-presidente da EBay, Jeff Skoll, e o acionista Suhail Rizvi, cuja empresa Rizvi Traverse Management também é proprietária de 51% da agência de talentos International Creative Management.


O dinheiro veio no ultimo momento possível. Pouco tempo depois, o mercado financeiro entrou em colapso, o que teve um efeito significante no mercado de alto risco de Hollywood.

“Nós não conseguiríamos concretizar tal negócio hoje”, disse Wachsberger.

Apesar do clima econômico difícil, os investidores da Summit disseram que eles bancaram os planos de expansão do estúdio e que não estão esperando um pagamento rápido.

“O grupo de investidores está completamente alinhado em lidar com as estratégias de curto e longo prazo”, disse Jim Berk, chefe executivo da Participant Media. “Nós absolutamente não temos nenhum interesse em reaver o dinheiro. Para nós, é preferível que o sucesso deles seja reinvestido para o crescimento, ao invés de ser distribuído pelos proprietários”.

E se a Summit não pode aumentar as finanças para os proprietários, Berk disse “há suficiente capital de incremento disponível fora do grupo de proprietários” para fazer o negócio certo acontecer.

Hollywood está cansada dos estúdios, incluindo a bem sucedida Miramax e a DreamWorks, de Steven Spielberg, que entraram em colapso ou contrataram quando planos ambiciosos deram errado. Tais lições não passaram desapercebidas na Summit.

“Nós tivemos o benefício,” disse Friedman, “de observar o passado quando criamos uma nova companhia que acreditamos ser mais bem estruturada para o futuro”.
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