Volvo C30 ganha status nas mãos do vampiro Edward


Os tempos mudaram. As modernas, e nada bobas, cinderelas no Orkut são uma prova disso.

- Esqueça o príncipe com o cavalo... Eu quero um vampiro com um Volvo!

Afinal, por que esperar por um cavalo branco galopado pelo príncipe engomadinho se você pode sonhar com, no mínimo, 145 cavalos nas mãos de um vampiro galã?

A Volvo, em sua sede de rejuvenescimento, não poderia ter escolhido melhor produção para fazer sua propaganda entre o jovem consumidor. A maioria das comunidades e blogs ligados à fabricante trafega obrigatoriamente por ele: Edward Cullen, o vampiro da saga Crepúsculo, sucesso de vendas nas livrarias e bilheterias. Interpretado por Robert Pattinson, Cullen se aventura com os modelos C30 e XC60 nos filmes da série, Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer, este último ainda em desenvolvimento.

Sangue novo

Graças aos adjetivos interiores e exteriores de Cullen, o cheiro de naftalina do anti-herói morcego e da marca sueca está, filme a filme, ficando no passado. O despenteado cabelo cor de cobre contrastando com o branco mórbido da pele desbancaram o certinho administrador de reinos longínquos. Enquanto isso, as linhas ousadas do C30 avançam sobre a fatia jovem interessada no mercado de hatches médios de luxo. O vampiro, entretanto, vai ter de beber muito sangue para destronar o BMW Série 1, atual líder do segmento.

Diego Luiz Fonzara, gerente de vendas da concessionária Eurobike, de São Paulo, ajuda a explicar o fenômeno.

- Durante e depois do filme, a procura pelo C30 aumentou entre o público jovem. Todos os clientes relacionam o modelo ao carro do vampiro.

Segundo Reno Heitor, vendedor da concessionária Gotland, no Rio de Janeiro, não foi apenas o C30, mas todos os modelos da Volvo que ficaram mais atraentes depois da série.

- Ainda não sentimos um aumento considerável nas vendas, mas a evolução da marca é perceptível, especialmente entre os jovens consumidores. Eles procuram o modelo, comentam, analisam e fazem referências ao filme.


Mau menino bom

A mudança no ideal tanto do herói quanto do carro, entretanto, está mais na aparência do que na essência. O vampiro nada herda daquele Nosferato que causava pesadelos nas donzelas. Em vez disso, mantém os mesmos predicados do mocinho dos contos de fadas. Ainda não é um vegetariano, mas já trocou o pescoço humano pelo de animais e, segundo adjetivos dados a ele nas redes, é charmoso, educado, romântico, inteligente, lindo, rico, adorável, altruísta, lê pensamento, toca piano e salva sua Bella (pouco Adormecida) dos perigos. Enfim, tão irreal quanto o príncipe no cavalo branco.

Já o Volvo C30 ousou e revolucionou nas linhas, nas cores (que ganham nomes sugestivos: vermelho paixão, prata elétrico, branco cósmico) sem deixar a segurança – espécie de marca de nascença da Volvo. O conceito de proteção, porém, antes considerado algo meio careta pela moçada – ganhou novo status. Endossado pelo vampiro, o modelo virou uma espécie de mau menino bom (uma combinação explosiva no imaginário feminino). Afinal, se um ser imortal precisa de um carro seguro para proteger a quem ele ama, imagine os simples mortais.


XC60 para depois do "e foram felizes para sempre"

Os afazeres do dia a dia não estavam no campo de visão dos irmãos Grimm quando escreveram os contos de fadas, nem nos planos dos engenheiros da Volvo, quando conceberam o C30. Assim como não combina com um pomposo cavalo branco transportar crianças, ainda que encantadas, o Volvo C30 pretende se limitar à fatia de consumidores ricos entre a solteirice e a lua-de-mel.

Embora as medidas do carro aconcheguem bem quatro pessoas, não orna com o estilo do hatch levar mais de duas, especialmente com chupetas e mamadeiras. O porta-malas, de apenas 251 litros, também antipatiza com as férias de julho. A traseira futurista e avantajada do C30 foi pensada para seduzir olhares e pegar no calcanhar de Aquiles da maioria dos humanos: a necessidade de se destacar na multidão. Quando a criançada vier, o casal poderá optar, nos planos da Volvo, pelo crossover XC60. O modelo é o escolhido para rodar em Amanhecer, próximo filme da série, em que o casal Bella e Cullen têm um bebê.


Mais vale um cavalo branco na mão do que 145 voando

O sonho de encontrar um príncipe está voltando à moda, mas o desejo de independência, combustível da fogueira de sutiãs, continua aceso. Segundo estudo realizado pelo site Villa Mulher, o poder feminino de decidir e influenciar a decisão de compra de um veículo, dos modelos de entrada ao segmento de luxo, chega a 80%.

Para as que mantêm os sonhos de princesa à moda antiga, um alerta. Ainda que o Brasil faça 150 milionários por dia, muita garota vai ter de deixar a cena do C30 prata estacionando em frente à janela para os planos da imaginação. Não é todo vampiro brasileiro que tem R$ 79.990 para desembolsar em um Volvo básico. Então, se seu herói aparecer em um cavalo branco 1.0 e tiver beijo doce, acorde. Não relegue sua chance de ser feliz para a eternidade.

fonte:R7

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