O longa "Na estrada", adaptado ao cinema pelo brasileiro Walter Salles e apresentado nesta quarta-feira (23) no 65º Festival de Cannes, dividiu a crítica internacional.
Adaptação do livro cult do escritor Jack Kerouac, o filme, que demorou mais de cinco décadas para a chegar às telas, relata uma viagem pelos Estados Unidos no fim dos anos 1940, repleta de álcool, drogas, sexo, amizade, "fala da perda da inocência", segundo descreveu o próprio diretor.
Em sua página no Twitter, Peter Bradshaw, do jornal britânico "The Guardian", escreveu: "é uma celebração com olhos vidrados do narcisismo e da autoabsorção". Já na crítica publicada no site do periódico inglês, o jornalista foi ainda mais ácido: "Belas cenas e uma tristeza comovente não compensam o ar tedioso de autocongratulação".
Dave Calhoun, do site "Time Out London", definiu o filme como "longo e tedioso". "o grito rebelde de 'On the road' agora parece mudo e até um pouco embaraçoso", conclui o texto.
Robiie Collin, do "The Telegraph", também não gostou. Segundo ele, "Na estrada" corre o risco de confirmar as especulações de que "On the road", de Kerouac, é inadaptável para o cinema. "O filme rapidamente se instala em um ritmo tedioso", opina.
'Magistral'
Todd McCarthy, do "Hollywood Reporter", discorda dos colegas. Para o crítico, "Na estrada" é uma "linda e respeitosa adaptação" do romance de Kerouac. "O livro é visualizado vibrantemente e apresenta uma 'perfeita' Kristen Stewart", elogia.
No mesmo tom vai o site do "Hollywood Elsewhere", que cunhou o filme de "magistral, rico e vigoroso". "Meditativo, sensual e aventureiro e um lamento, tudo ao mesmo tempo. 'Na estrada', sim, é episódico e vago — como poderia não ser? — mas, como 'Diários de motocicleta', funciona", citou o site, referindo-se ao também road movie dirigido por Salles na década passada.
"Na estrada" é estrelado por Sam Riley, Garrett Hedlund, Kristen Stewart, Kirsten Dunst e Viggo Mortensen, com participação da brasileira Alice Braga.
fonte:G1
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