O circo realmente chega à cidade quando Robert Pattinson e Reese Witherspoon comparecem à tão divulgada premiere australiana de Água para Elefantes em Sidney, acompanhados pelo excêntrico diretor Francis Lawrence (Eu sou a Lenda).
O trio está encerrando uma exaustiva turnê publicitária internacional. Para Pattinson, o ícone de A Saga Crepúsculo, Edward Cullen, essa é sua primeira visita à Austrália.
Água para Elefantes, recendente a Diário de uma Paixão, é baseado no romance bestselling de Sara Gruen. Em meio à Grande Depressão Americana, Jacob Jankowski (Pattinson) abandona seus estudos para veterinário em uma universidade de Ivy League após a morte súbita de seus pais endividados e se junta a um circo itinerante.
Ele fica encarregado dos animais do circo – e a nova elefanta, Rosie. Jankowski se apaixona pela estrela Marlena (Witherspoon), que é casada com o dominador, volátil e sádico administrador do circo August Rosenbluth (Christoph Waltz de Bastardos Inglórios).
O grandioso filme possui um velho charme de Hollywood, mas, além do romance, há temas mais sombrios. Água para Elefantes trata de abuso doméstico – e de animais.
Pattinson, em Oz por uma questão de horas, consegue apenas acomodar entrevistas para TV. Entretanto, ele fará uma coletiva de imprensa, além de os jornalistas poderem falar com ele no tapete vermelho. A confusão começa...
A coletiva é realizada na manhã de Sexta no restaurante de Luna Park, The Deck, em absoluto sigilo. Homens de terno com fones de ouvido patrulham os arredores. Crianças passam por lá alheias ao evento. Uma pequena Witherspoon, de aparência notavelmente revigorada, veste um suéter preto de gola olímpica, jeans escuros e salto alto.
Pattinson é alto, esbelto e, como todo garoto inglês indie, ardilosamente despojado. Ele retira, depois volta a vestir, uma jaqueta azul, bebendo água nervosamente. A maior parte da média reunida, incluindo repórteres da Dolly, é de mulheres – e, como Witherspoon, uma graciosa sulista, claramente percebe, elas estão aqui para admirar “O Belo”, como Pattinson é conhecido.
Os co-stars compartilham uma harmonia confortável. Os fotógrafos pedem que eles se beijem, o que é recebido com muita jovialidade. E, previsivelmente, perguntas sobre beijos estão na agenda – Pattinson vergonhosamente sofreu com o nariz escorrendo durante a filmagem.
A segunda ‘heroína’ de Água para Elefantes é a paquiderme de 40 e poucos anos Tai. (“Ela é uma elefanta muito especial”, Pattinson graceja. “Ela é diferente dos outros elefantes que eu conheci.”) Contudo, o animal que preocupa a mídia neste momento é figurativo: a cougar.
Witherspoon, agora com 35 anos, interpretou Becky Sharp na versão de 2004 de Feira das Vaidades, de Mira Nair, com Pattinson, no seu papel inaugural em filmes, como seu filho. Ela estava com 27, ele 17. Agora Pattinson está interpretando seu amante. Tal fluidez poderia ser traduzida como evidência da maior disposição de Hollywood em projetar as mulheres em diversos papéis. Mas não – em cultura pop, ainda é coisa obscena. Lawrence sugere que a personagem de Marlena ser marginalmente mais velha “pareceu um pouco mais real”. Witherspoon, que estudou Literatura Inglesa em Stanford, é uma magnólia de aço, amável, espirituosa, e, sim, irascível. Quando uma amiga relembrou que ela havia interpretado a mãe do galã de Crepúsculo, em ascensão na época, Witherspoon ficou “horrorizada”. No entanto, brincadeiras à parte, a vencedora do Oscar se aborrece com diferenças de comportamento quanto às mulheres. Waltz é 20 anos mais velho, mas ninguém menciona isso.
Então o que Lawrence distingue em Pattinson? “Eu soube que o queria no elenco quando me sentei com ele, porque eu acho que ele próprio é muito semelhante ao personagem de Jacob Jankowski. Há uma espécie de pureza no seu coração – e uma ternura. Às vezes ele finge ser um pouco cínico, mas ele não é. Eu sabia que se obtivéssemos um pouco disso na tela, nós estaríamos bem.”
O “ídolo da matinê moderna”, como a Elle recentemente o descreveu, acaba de encerrar as gravações das últimas seqüências de Crepúsculo, (Amanhecer Partes I e II). Pattinson está ávido para se aventurar, mas não necessariamente planejando.
“Eu acho que eu consigo ver minha carreira em uma progressão gradativa de muitas maneiras – é que simplesmente ninguém viu os meus outros filmes antes de Crepúsculo”, ele ri. Pré-vampiro, Pattinson retratou de modo verossímil Salvador Dalí em Little Ashes. Ele representa o sórdido (e ardiloso) jornalista em uma adaptação que está prestes a ser lançada do satírico Bel Ami, de Guy de Maupassant.
O tapete vermelho naquela noite se estende por 300m partindo do State Theatre até Pitt Street Mall. Fãs (3000 antecipados em geral) dormiram na fila, em meio a algumas notáveis ‘Twihards’.
Pattinson e Witherspoon comparecem cedo para conversar com a mídia e, com a mesma importância, os espectadores. Em certo ponto, os atores, convidados, e o público estão andando pelo tapete vermelho simultaneamente, estilo-Arca de Noé. A gritaria é mínima: as garotas se calam por Pattinson.
Condições restritivas são impostas aos entrevistadores – apenas uma última exigência de que não houvesse questões sobre ‘política’. Pattinson, em um terno Prada azul- acinzentado, para diligentemente para quase todas as fãs.
Alguém surge com um bolo de aniversário para o britânico, que completa 25 em alguns dias, e quase cobre seu Prada de bolo. Com seu senso de absurdo bem sintonizado, Pattinson adora isso. “O que eu quero de aniversário?”, ele grita em meio à multidão. “Eu não sei. Nada... Talvez um dia de folga? Só isso.”
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