"Não nos importamos com o fato de que ter uma música na trilha de Crepúsculo seja uncool."
O frontman do Muse, Matt Bellamy, diz que não se importa se as pessoas pensam que o envolvimento da banda com Crepúsculo seja uncool.
O vocalista/guitarrista de 31 anos admite ser um grande fã da saga vampiresca. Então, não é surpresa nenhuma que a banda tenha uma música na trilha sonora de cada filme. Ou que eles queiram contribuir para “Amanhecer”, que supostamente será dividido em duas partes, sendo que uma estréia está prevista para o ano que vem e outra para 2012.
Confira a tradução completa:
Matt desdenhou:
É claro que não importa se ganhamos fãs por causa de Twilight e que isso pode ser visto como algo uncool. Não me incomoda nem um pouco. Como banda, você está representado em todos os lugares. Nós participamos também de Guitar Hero. Muse em videogame, isso já é algo, não é?
Supermassive Black Hole foi usada no primeiro filme, “Crepúsculo”, enquanto em Lua Nova, I Belong To You ( New Moon Remix) apareceu na trilha sonora. No próximo filme, Eclipse, será a vez de Neutron Star Collision (Love is Forever).
Matt acrescentou: É ótimo estar envolvido nisso e muito divertido. Gosto muito dos filmes. Eles são ótimos e esperamos continuar com isso e fazer outra música.
Sendo tão fã, é surpreendente que Matt ainda não tenha conhecido Robert Pattinson, que interpreta o vampiro Edward, e Kristen Stewart, a Bella.
Eu ainda não o conheci, mas temos uma reunião marcada. Eu já estou ansioso. É muito bom que Robert e eu sejamos da Inglaterra, iremos nos entender e ter coisas em comum.
A última faixa lançada para a trilha do filme atingiu a 11ª posição, nas paradas do mês passado. É também a canção principal de Eclipse, cuja trilha sonora oficial sai na segunda-feira.
O disco ainda traz “Heavy in Your Arms”, de Florence + the Machine, “Rolling In On a Burning Tire, de The Dead Weather e “Jonathan Low”, do Vampire Weekend. O filme estará nos cinemas britânicos a partir do dia 9 de julho, então Matt perderá a estréia, já que nessa data, Muse será a atração principal do festival T in the Park.
O trio, composto por Matt, o baterista Dom Howard e o baixista Chris Wolstenholme, poderia muito bem fazer seu próprio eclipse sobre os outros headliners Eminem (que toca no sábado à noite) e Kasabian (que fechará a noite de domingo).
Espera-se que Muse traga alguns elementos de sua nova turnê, que inclui um OVNI cromado, um “olho que tudo vê” e uma estrutura futurística em forma de pirâmide, para sua apresentação no T. O festival será realizado de 9 a 11 de julho, no Balado Airfield.
Eles tocaram pela última vez no T in the Park em 2004, encabeçando o palco da NME, e a banda está pronta para mostrar aos fãs o que eles têm sentido falta, especialmente a incrível performance de Matt.
De onde ele tira tanta energia?
Matt ri: Tem muito a ver com a minha ansiedade. Antes de toda apresentação, eu sempre trapaceio e dou uma olhada pela cortina para ver os fãs. Eles não podem me ver, mas eu posso vê-los. Isso me dá uma descarga de adrenalina, é uma loucura.
Agora na Europa, para tocar na Alemanha amanhã, Muse fez o que poucas bandas britânicas foram capazes de fazer: conquistar a América.
Eles estão lotando estádios nos Estados Unidos, assim como na Europa. O quinto álbum, do ano passado, The Resistance, foi o número 1 no mundo todo, da Grã-Bretanha e Alemanha à Austrália e Itália e alcançou o terceiro lugar na América.
Matt admite que a banda ainda não consegue acreditar que, 10 anos após o álbum de estréia, Showbiz, eles são agora gigantes do rock e vistos como uma das melhores performances ao vivo do mundo.
“É inacreditável, eu tenho que me beliscar todos os dias. Nossa turnê pelos Estados Unidos foi um sucesso. Tocamos para uma multidão de 20000 pessoas. Isso foi adicionado ao sucesso que já fazemos na Europa, foi uma grande celebração para nós.”
Isso se deve ao fato de que nem toda banda britânica é bem sucedida na América. Para cada Muse, Coldplay e Dido que consegue fazer isso, existe um Oasis ou Robbie Williams que falha em conquistar os EUA.
Matt se lembra do começo do Muse, quando tiveram de tocar em casas de show meio vazias, como uma importante curva de aprendizado.
“Acho que para qualquer banda isso é importante. Você só consegue descobrir o que há dentro de você quando experimenta as mais dolorosas derrotas.”
Desde que o trio foi formado em Teignmouth, Devon, em 1994, eles têm batalhado contra a indústria da música a cada passo.
O seu rock progressivo, quase clássico em sua complexidade, seu amor por sci-fi e teorias conspiratórias e os vocais acrobáticos de Matt os levaram a América inicialmente, para assinar um contrato com uma gravadora.
Eles ameaçaram processar Celine Dion em 2002, quando ela planejava nomear seu show em Las Vegas de “Muse”, embora a banda detenha os direitos autorais do nome no mundo todo.
Mais tarde, Matt declarou que não queria que as pessoas pensassem que Muse fosse a banda de apoio da Celine Dion, e a cantora desistiu do nome.
Então a tragédia os atingiu após um show triunfante no Glastonbury, em 2004, que a banda descreveu como “o melhor de suas vidas”. O pai de Dominic Howard estava presente no show para assisti-los e morreu de ataque cardíaco logo após a apresentação.
Mas a banda não desistiu e lançou seu inacreditável 4º álbum em 2006, Black Holes and Revelations, que inclui singles épicos como Starlight, Knights of Cydonia e Map of the Problematique.
Matt disse:
Eu diria à banda: “continuem, nunca desistam”. Mas você também precisa de um pouco de sorte. As pessoas precisam ouvir a música, mas é muito importante para mim e para a banda que nos mantenhamos consistentes e sempre acreditemos no que fazemos. Fundamentalmente, eu diria a qualquer pessoa nessa posição “lembre-se, sua música é importante.”
Dominic e Matt são tão parecidos que poderiam se passar por irmãos, mas a banda é formada por bons amigos que estão sempre se incentivando.
Matt acrescentou: Todos nos damos muito bem, mas também discutimos. Somos quase como irmãos, nos conhecemos há séculos.
Matt tem alguns conselhos para jovens músicos que estão esperando pela sua grande chance. Ele diz:
“Perseverança é necessária acima de tudo. Mostre-se e toque em todo lugar que você puder. No início da minha carreira, eu tocava nas ruas por uns trocados, mas eu ainda estava tocando a minha música. Você tem que amar o que faz!”
Matt nasceu para ser músico. Seu pai, George, era guitarrista do grupo pop dos anos 60 “The Tornados”. Eles foram a primeira banda britânica a ter um single nº 1 na América, com Telstar.
Com esse tipo de pedigree, Matt nunca teve um plano B. Ele começou a tocar piano quando tinha 6 anos e a guitarra, com 14.
“Quando tinha 10 anos, eu já sabia que queria ser músico. E isso não mudou.”
Para relaxar, Matt, que vive em Lake Como, Itália, anda a cavalo e mergulha. Ele terminou o relacionamento com a namorada, italiana, no ano passado e seu nome tem sido ligado ao de Lily Allen.
Mas ele não vai ligar a TV para ver quem vencerá a final do “Britain’s Got Talent”.
“Eu não gosto desse tipo de programa. Nenhum artista de verdade veio dele, apenas cantores de karaokê. Eles são como cachorrinhos treinados. Realmente não me interessa.”
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