As inspirações de Chris Weitz ao criar “Lua Nova”: Pinturas Vitorianas e “Doutor Jivago”


Mal sabia você que há uma lição muito educativa sobre a história do cinema por trás de um filme adolescente que você já deve ter ouvido falar, um filme chamado “Lua Nova”.

Quando a trilha sonora do filme estava para sair, nós tivemos uma aula parecida sobre as trilhas sonoras das gerações passadas com “OK Go” e “Lykke Li”. “OK Go” disse que a histeria em torno das músicas de “Lua Nova” lembrava-os da experiência que tiveram quando “A Garota de Rosa Shocking” estreou. Para Lykke, foi o filme de Baz Luhrmann, “Romeu & Julieta”.

O diretor Chris Weitz teve uma inspiração parecida enquanto estava criando “Lua Nova”, apesar de ter voltado muito atrás dos anos 80. Em uma entrevista recente com Chris, ele revelou algumas das suas musas inspiradoras para o filme. Nós as detalhamos abaixo, para que todos possam ir ao cinema assistir ao filme com uma visão mais esclarecida.

INSPIRAÇÃO: ARTE PRÉ-RAFAELITA

O que é: Um grupo de pintores, poetas e críticos ingleses se juntaram em 1848 para fundar uma Irmandade Pré-Rafaelita, em apoio mútuo às novas direções da arte contemporânea. Eles achavam que o estilo da arte de Rafael tinha uma influência que corrompia o campo das artes, e, consequentemente, rejeitaram seu estilo: por isso o nome, Pré-Rafaelitas. As suas obras, em contraste, se concentravam em pintar diretamente da natureza, de uma maneira honesta e que rejeitava composições calculadas. Seus trabalhos continham uma atenção aos detalhes, cores intensas e composições complexas que eram encontradas na arte italiana. Clique nesta galeria para ver alguns exemplos.

Como Chris usou a arte Pré-Rafaelita: “Nós planejamos para que o filme todo parecesse uma pintura Pré-Rafaelita, no sentido de usar tons mais escuros, tons de cinza e cores do Nordeste do Pacífico também. Nós queríamos ter uma noção de um mundo de cores e detalhes em Forks, e então a íris repentinamente se abre e você está na Itália. E também, mesmo enquanto você está na Itália, nós brincamos com luz e sombra”.

INSPIRAÇÃO: DAVID LEAN E AKIRA KUROSAWA

Quem são eles: Tanto Lean quanto Kurosawa são conhecidos por filmar alguns dos épicos cinematográficos mais famosos. O cineasta inglês Lean dirigiu “Lawrence das Arábias”, “Doutor Jivago” e a “A Ponte Do Rio Kwai”. O diretor japonês Kurosawa é mais conhecido por “Ran” e “Seven Samurai”. Ambos os diretores são conhecidos por seus estilos cinematográficos épicos ao desenvolverem campeões de bilheteria clássicos. Seus filmes se estenderam pelo século 20, dos anos 40 até os anos 90. Muitos diretores modernos vêm alegando influência direta dos dois diretores, tais como Stanley Kubrick, Sergio Leone e Steven Spielberg. Cheque mais informações sobre os dois diretores no DavidLean.com e na PBS.

Como Chris os usou: “No que se refere a como nós decidimos fazer as gravações [Lua Nova], provavelmente se parece um pouco mais com a minha triste tentativa de mimicar David Lean ou Kurosawa, ou algo do tipo. E nisso se inclui a tradição de contratar Alexandre Desplat para fazer a música, porque ele é um compositor muito romântico. Nesse caso, eu disse a ele “Vamos fazer ‘Doutor Jivago’”.

O resultado final: “Eu acho que há muito sobre a cor nesse filme. Há muito mais cores do que no primeiro filme, que tinha uma palheta muito restrita. Eu pude trabalhar com um cinegrafista maravilhoso: Javier Aguirresarobe, que filmou “The Road” e “Vicky Cristina Barcelona”, e que vem com uma sensibilidade européia para luzes e cores. A escala das coisas é muito maior, basicamente. E então a escala das emoções também fica muito maior. Mesmo tentando fazer o filme sobre as pessoas, há uma espécie de emotividade tremenda neste filme, o que nós tentamos manter dentro dos limites, para que não se tornasse tolo. É, sem sombra de dúvidas, um romance épico em grande escala”.

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