Robert Pattinson: 'O Óscar é o sonho de todo ator'

Robert Pattinson deu uma entrevista exclusiva para o site português correiodamanhã  com humor e descontracção sobre o seu papel em 'Cosmopolis' e carreira:

Como você definiria Eric Packer (personagem principal de ‘Cosmopolis’): ele é apenas um tipo bizarro ou é um visionário?

Robert Pattinson – É só um tipo esquisito (risos). Acho que ele é uma pessoa que está desesperada à procura de alguma coisa mas não sabe bem o que é. No fundo, ninguém é visionário, o mundo repete-se.

Mas Don DeLillo não foi visionário, ao escrever o livro do qual o filme é adaptado? Porque a ação é passada há 12 anos, é atual e retrata o estado da economia global…

Sim, isso é muito louco. Mas, ao mesmo tempo, o colapso dos mercados financeiros…parecia óbvio que ia acontecer.

Você acompanha notícias sobre economia, conhece a realidade da Europa?

De um modo geral sim, não especificamente. É estranho. Sei que estão todos aterrorizados com a situação…

Os diálogos de ‘Cosmopolis’ exploram esse tema mas de forma poética, teatral. Acredita que há pessoas que falam assim?

É um pouco teatral, de verdade. Mas o Eric é um tipo que não partilha o seu mundo. No universo dele, todo mundo fala a linguagem dele, comportam-se como ele quer. Ele é totalmente egocêntrico, maníaco, quer ser Deus.

E o quão diferente Robert é de Eric?

(risos) Ele tem uma confiança incrível e acha que ninguém consegue o transformar. Enquanto eu…transformo-me a cada nova conversa, a cada novo jornalista. Quero agradar quem conversa comigo.

Mas é uma pessoa confiante…

Mais ou menos. Sou mais confiante quando todos me odeiam.

Mas todos o adoram, sobretudo por causa do sucesso de ‘Twilight’.  Você aceitou este filme pensando que ia mudar a sua carreira e transformá-lo num ator ‘a sério’ ou foi pelo fato de filmar com alguém como David Cronenberg?

Eu tento fazer todos os meus trabalhos como se fosse um ator a sério (risos). E há quem se esqueça de que eu já fiz no passado… Mas depois os filmes do David (Cronenberg) são todos tão únicos e individuais que sabia que era importante fazer este filme.

No Festival de Cannes, os críticos dividiram-se: odiaram e adoraram o filme. Você se importa com a crítica?

Fico sempre surpreendido. Pensei que ninguém percebesse o filme (risos). Mas gosto de ver reacções tão apaixonadas, seja em que sentido for. E todo mundo se importa com a crítica. Eu me importo com o que todo mundo diz. Eu me importo até com que as garotas (fãs) lá fora dirão e se calhar nem vão gostar…

E você vai voltar a filmar com David Cronenberg?

Sim, um filme sobre a indústria do cinema. Muito divertido e bizarro. Ainda não sei quando filmaremos porque tenho outros projetos ainda…

Acha que ‘Cosmopolis’ pode ser um filme para Óscar?

Não sei. Mantenho sempre as minhas expectativas em baixo.

Mas ganhar o Óscar é o sonho maior de um ator…

Completamente. Os atores são influenciados pelos prémios, é como se levassem uma cacetada na cabeça.

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