Robert Pattinson, o vampiro mais famoso do mundo teen, diz a Michele Manelis e Cindy Pearlman porque ele tem o prazer de finalmente dizer adeus a Edward Cullen e sobre seu amor por sua nova co-star.
Tirando suas presas de Crepúsculo Robert Pattinson pode agora afundar seus dentes em uma variada gama de papéis.
A primeira vez que conheci Robert Pattinson, pouco meses antes do lançamento de “Crepúsculo” em 2008, ele caminhava pelo saguão do hotel de Beverly Hills completamente despercebido. Ninguém tinha a menor noção de que seu personagem, o carismático vampiro Edward Cullen, logo o impediria de manter qualquer tipo de normalidade quando o filme fosse lançado. Ele disse na época: “Eu ainda não decidi se atuar vai ser minha carreira, eu não sei se vai dar certo, quem sabe se as pessoas irão assistir a este filme?”.
Como sabemos, esse viria a ser um eufemismo de proporções épicas. Esta tarde, três anos depois, estamos no mesmo hotel, mas com algumas diferenças no cenário. Dois grandes guarda-costas estão protegendo o lado de fora de sua porta, centenas de paparazzis esperam na rua e uma horda de adolescentes estão prontas para gritar.
A vida não acabou da maneira que Pattinson esperava. O lembrando do que ele disse anteriormente, ele ri. “Você sabe, sério, eu nunca pensei que causaria esse tipo de efeito em alguém, e ainda não entendo muito bem.” Embora não seja incomum para os atores britânicos, falar de uma maneira auto-depreciativa, Pattinson parece falar a verdade.
Apesar de tudo, ele manteve a sanidade mental e não é excessivamente apegado ao seu status.
“Eu acho que as pessoas que perdem a cabeça são aquelas que estão correndo atrás da fama por anos e anos,” diz o rapaz de 24 anos de idade. “E quando conseguem, eles são tipo ‘Eu mereço tudo que tenho’. Para mim, eu literalmente dei um passo em uma direção, sem saber o que eu estava fazendo na verdade. E só aconteceu. Então, eu não posso reivindicar nada.”
Sentado no sofá, ele esta vestido normalmente – em um Doc Martens desgastado jeans preto, uma camisa xadrez e um casaco cinzento - como se ele pudesse passar despercebido. Os paparazzi e os fãs do lado de fora provam que ele falhou. Embora muito educado, falando sobre seu novo filme Água para Elefantes, ele parece estar com baixo consumo energético. E sua atitude leva a pergunta: Se fosse possível voltar no tempo ele mudaria a sua decisão de interpretar o vampiro icônico? Pensando um pouco ele diz: “Bem, se eu tivesse vindo pra Los Angeles, não conseguisse o emprego e tivesse que voltar para Londres, eu teria ficado muito bravo. Eu não teria gostado, quero dizer, isso é extremo”, ele diz, olhando pela janela para a multidão cada vez maior.
Com cinco novos filmes nos próximos 18 meses – incluindo o final de Crepúsculo – A estrela de Pattinson pode estar prestes a se intensificar ainda mais, se é que isso é possível.
Ele acabou de filmar Amanhecer ( que será exibido em duas partes) que durou mais de quatro meses em Vancouver, assim como o suspense Bel Ami com Uma Thurman. E em breve ele vai começar a filmar Cosmópolis, que segue um multimilionário em uma odisséia de 24 horas em Manhattan. Por enquanto, porem, Água para Elefantes, um drama romântico sobre um circo na época da Grande Depressão, que é seu foco.
Ele protagoniza com os vencedores do Oscar Reese Witherspoon e Christoph Walz, que fazem com que Pattinson eleve seu nível de atuação. Com isso, ele prova que é mais que um rostinho bonito, e que consegue se aventurar fora da sua zona de conforto. Aparentemente, há algum sentido comum que se oculta sobre o cabelo cuidadosamente despenteado.
“Crescer” de maneira rápida garante-lhe a oportunidade de trabalhar com pessoas que são muito mais experientes que você”, ele disse. “Eu acho que você precisa ter essas oportunidades e nem sempre ter que carregar a carga inteira do filme. Para fazer isso, você precisa ficar atendo para seu ego não ficar a frente de você.”
O filme de $49.7 milhões de dólares se sucede na força química e no realismo entre Witherspoon e o personagem de Pattinson, o elemento do amor proibido em seu relacionamento.
Curiosamente, a última vez que Pattinson fez um filme com Witherspoon ele atuou como seu filho em Vanity Fair. Ele ri. “Sim é estranho. Esse foi meu primeiro emprego, agora estou atuando como o amante dela, talvez no futuro ela atue como minha filha”.
O coração e a alma do filme, definitivamente estão na presença formidável de Tai, a elefanta de 42 anos e quatro toneladas. E ela não deixou a desejar no departamento de qualidade, tendo estrelado em filmes de Hollywood como, The Jungle Book e Bigger Than Life. Tai serve como ancora na atmosfera caótica do filme. E como todas as mulheres, ela não ficou imune aos encantos de Robert Pattinson.
“Nós todos se apaixonamos por Tai”, diz Pattinson que admitiu ter chorando quando disse adeus a elefanta no último dia das filmagens – algo que ele nunca fez por seus co-stars humanos. “É engraçado, foi dito a todo mundo que nos éramos apenas adereços ao mundo de Tai, e eu acho que definitivamente havia uma verdade nisso. Ela tinha uma aura.”
“Há algo incrível e pacifico sobre estar em torno dessas enormes criaturas que são incrivelmente suaves.”
Assumir um papel no circo foi um grande passo para Pattinson se curar de um trauma de infância. “A primeira vez que fui a um circo, um dos palhaços morreu”, ele disse ao jornal britânico Daily Record. “Ele tinha um carro piada e ele explodiu.”
Os pais de Pattinson rapidamente o empurraram para fora da tenda do circo, mas o evento deixou marcas. “Foi terrível,” Pattinson diz. “E essa foi a única vez que eu fui no circo.”
Felizmente, sua ultima experiência não foi tão traumática. Apesar de trabalhar com uns 600 animais envolvidos no filme – com Tai a elefante sempre do lado – foi um pouco estressante, ele diz.
Para uma cena, Pattinson teve que usar um braço falso para alimentar um leão faminto, que estava pronto para atacar. Enquanto as câmeras rodavam, o leão atacou, arrancando o braço falso e ignorando o balde de carne. O ator admite que, embora a cena fosse bem segura, ele estava apavorado.
Principalmente, porem, o tempo que Pattinson filmou Água para Elefantes foi descontraído e natural: um alivio depois de três anos assistindo seu personagem torturado da Serie Crepúsculo, que chegará ao fim com o lançamento de Amanhecer, parte um e dois. Pattinson gravou suas ultimas cenas do capitulo final da franquia apenas há algumas semanas atrás e agora os dentes, as presas e a maquiagem pálida sumiu.
“Eu ficarei muito feliz em não ter que colocar mais as lentes de contato, ou a maquiagem cintilante, mas eu realmente sinto falta do personagem. Eu amo o cara, e sinto que o conheço bem agora.”
Tem se comentado muito sobre a sua co-estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart e seu relacionamento fora das telas. Ambos permanecem de boca fechada sobre o assunto e nunca fizeram nenhuma aparição publica, embora existam inúmeras fotografias, tiradas no mundo inteiro, documentando o romance dos dois.
Em amanhecer, os seus personagens, Edward e Bella se casam e tem um filho. Uma das cenas mais fundamentais é o nascimento do bebe do casal e Bella se transformar em uma vampira.
“Foi insano, intenso,” ele diz sobre a cena, explicando que Edward pode perder Bella, ou dar-lhe uma mordida e, assim a imortalidade. “Foi uma cena muito traumática pra mim fazer como ator e, francamente, horrível pra mim emocionalmente. Edward tentou por tanto tempo não transformar Bella em uma vampira e agora... bem, é muito triste. Ele sente como se a tivesse decepcionado.”
Antes de Crepúsculo, poucos sabia o nome de Robert Thomas Pattinson, e agora é claro, ele não pode andar na rua sem ser assediado. A vida, segundo ele, não é mais “normal”. E você tem a sensação que ele anseia para que seja.
“Eu estava no Novo México, fazendo uma viagem pelos Estados Unidos com meus amigos e não era reconhecido no começo, mas então uma mulher reconheceu um dos meus amigos, porque ele estava do meu lado em uma foto que os paparazzi tiraram há dois anos.”
“Nos estávamos literalmente no meio do nada e esta mulher virou e gritou: “Vocês não são amigos do Robert Pattinson? Em seguida, a cabeça voltou e ela olhou pra mim. “Ela estava em choque!”ele disse. “Isso aconteceu em uma feira no meio do nada e eu pensei que teria que encontrar uma ambulância pra ela, o que não seria fácil”.
Ele demorou um tempo até se acostumar com a fama: se esconder constantemente, o desejo de ser anônimo em publico.
“É difícil andar na rua”, ele diz. “Você não pode simplesmente fazer isso de uma forma normal. Tenho que pensar em meus movimentos, eu não posso apenas casualmente correr pra uma loja comprar leite, tenho que planejar o futuro e descobrir se os paparazzis vão estar lá.”
Ele disse ao Telegraph da Grã-Bretanha recentemente: “Eu meio que enlouqueço a cada três meses. Sabe, “Eu preciso sair pra algum lugar! Arrrggghhh!’ Então você vai pra fora e vê aquela multidão, e pensa, não vou sair por três meses.”
Pattinson cresceu em Londres, o mais jovem dos três. Ele tem duas irmãs mais velhas – Lizzy que é cantora e Victoria que é executiva de publicidade – com quem se da bem. Se auto descrevendo solitário, ele passou o tempo aprendendo a tocar guitarra e piano, em seguida, começou a atuar em peças locais no Barnes Theatre Company.
Ele fez sua estréia nas telas como Cedric Diggory, um exemplo estudante de Hogwards, que morre, e lança uma sobra sobre o final de Harry Potter e o Cálice de Fogo em 2005.
Foi esse papel que chamou a atenção da diretora de Crepúsculo, Catherine Hardwicke. Ele foi convidado, com quatro outros atores, para tentar o papel de Edward Cullen. Ele teve que fazer a cena na cama com Kristen para ver quem tinha a melhor química. “Tem que ser Rob”, disse Stewart depois.
Antes de atuar, Pattinson era modelo. (Sua mãe trabalhava para uma agência de modelos, enquanto seu pai importava carros antigos dos EUA).
“Eu era um modelo terrível”, ele disse. “Eu odiava ter que ser magro o suficiente para ser um daqueles caras em forma, e eu não era um cara de academia também”, ele disse. “Então eu estava presa entre os dois tipos e nunca tive nenhuma oferta de emprego.”
Pattinson tem uma verdadeira paixão pela musica, que pode ser ouvida na trilha sonora de Crepúsculo, mas ele não tem aspirações de seguir a carreira profissionalmente.
“É apenas um hobby que é importante pra mim. Eu não quero lançar um álbum. Seria julgado como o álbum de Edward Cullen, e eu quero manter essa parte da minha vida pra mim.”
Ao ganhar uma certa distancia de seu famoso personagem vampiresco, ele se aventurou em um filme mais adulto e atuou em Lembranças, com Pierce Brosnan e Chris Cooper. A história é sombria e cercada pelo cenário de suicídio e homicídio, e não fez exatamente sucesso nas bilheterias, embora tenha obtido alguns elogios de critica. Curiosamente, isso mostra que suas faz vão segui-lo até o cinema não importa a história que ele faça.
Esperamos que em Água para Elefantes, ele seja visto de uma forma diferente. Será que ele se pergunta o que suas fãs de Crepúsculo vão pensar sobre esse filme?
“Eu não sei, elas parecem gostar de historias de amor bastante tradicional e está é um grande espetáculo, com grande dramático relacionamento. É outra história de amor proibido – não tanto quanto “Crepúsculo”, mas tem algumas semelhanças”.
Agora, Pattinson vai fazer uma pequena pausa antes de começar a filmar Cosmópolis. O filme, que também é estrelado por Juliette Binoche e Paul Giamatti, é a adaptação do romance de Don DeLillo, um dos autores favoritos de Pattinson. E provavelmente será lançado no próximo ano.
Ele pode ter companhia no set de filmagem – um vira-lata marrom manchado com nome de Bear que recentemente deixou o abrigo de animais de Louisiana, poucos dias antes de ser abatido.
“Estou gostando muito de cuidar dele e ele vai a todo lugar comigo agora, sempre que possível.”
Não há duvidas que a vida vai continuar a mudar para Pattinson, que é algo que ele está interessado. Ele esta mais que pronto para provar que ele pode fazer mais do que um poeta vampiro pálido.
“Eu não estou reclamando, mas vou dizer que, se em 25 anos as pessoas continuarem gritando, ‘Edward!’ quando me vêem, eu acho que poderia matar alguém”.
fonte:rpbrasil
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